Política Doméstica

O que esperar das Supremas Cortes estaduais?

Suprema Corte de Wisconsin, em Madison (Crédito: Richard Hurd/Cortesia)

Por Celly Cook*

As recentes decisões da Suprema Corte dos Estados Unidos de extrapolar o federalismo estadunidense em sacrifício de direitos constitucionais têm devolvido aos estados o poder de legislar sobre questões cruciais para a democracia. O poder não recai, contudo, apenas sobre os Legislativos de cada estado, mas também sobre suas Supremas Cortes, que enfrentam corridas eleitorais cada vez mais caras e partidarizadas, como as que acontecem durante esse ano.

A preocupação com questões como redistritamento eleitoral, armas, religião e, especialmente, aborto, tem levado líderes partidários estaduais a atuarem de forma cada vez mais incisiva e estratégica, de forma a garantir a eleição de juízes afeitos a seus ideais e projetos políticos.

End Gerrymandering | A rally to end gerrymandering outside t… | FlickrAto pelo fim do gerrymandering do lado de fora da Suprema Corte, em Washington, D.C., em 26 mar. 2019 (Crédito: Victoria Pickering/Flickr)

Se as decisões conservadoras da Suprema Corte encontrarem a efetivação dos processos de gerrymandering partidários dos republicanos, decerto que teremos uma devastação dos direitos constitucionais também no âmbito dos estados. Como mostraram James L. Gibson e Michael L. Nelson, no artigo “Judging Inequality: State Supreme Courts and the Inequality Crisis”, publicado este ano, as Supremas Cortes estaduais têm atuado mais em favor de seus respectivos governos do que em função de direitos de minorias, que se encontram cada vez mais destituídas de proteção constitucional.

 

Celly Cook Inatomi é colunista do Opeu e pesquisadora colaboradora da Unicamp. Especialista em relações entre política, direito e judiciário, é autora de As análises políticas sobre o Poder Judiciário: Lições da ciência política norte-americana (Editora Unicamp, 2020). Contato: celoca05@yahoo.com.br.

Conheça outros textos da autora no Opeu

A anulação de Roe vs. Wade e o início do fim dos direitos nos EUA, em coautoria com Augusto Scapini e Diana Obermuller, em 26 jun. 2022

Celly Cook conversa com Opeu sobre legado de Trump no Judiciário dos EUA, entrevista a Augusto Scapini, em 21 jun. 2022

Os juízes de Trump e o projeto conservador de direitos civis, de 23 dez. 2020

O rompante democrático da Suprema Corte dos EUA, de 14 dez. 2020

Terra de ninguém‘: os direitos de voto nas eleições americanas de 2020 , de 1º nov. 2020

Ruth Ginsburg e a ordem constitucional democrática nos EUA, de 24 set. 2020

O textualismo a favor dos direitos LGBTs nos Estados Unidos de Trump, de 16 jul. 2020

Originalismo e resgate do Éden, de 15 dez. 2019

Os juízes ultraconservadores de Trump, de 1º set. 2019

 

** Edição e revisão: Tatiana Teixeira. 1ªversão recebida em 18 ago. 2022. Este Informe não reflete, necessariamente, a opinião do OPEU, ou do INCT-INEU.

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