Economia e Finanças

Desemprego está em baixa, mas Biden segue impopular

Vagas abertas (Crédito: Don Sniegowski/Flickr)

Por Ingrid Marra* [Informe OPEU]

No dia 4 de agosto, foi liberado o último relatório do Bureau of Labor Statistics sobre os níveis de emprego e desemprego nos Estados Unidos. O total de empregos fora do setor agrícola aumentou em 187.000 em julho, diminuindo a taxa de desemprego de 3,6% para 3,5%. A maior parte das vagas foi preenchida nos setores de saúde (63.000), assistência social (24.000), comércio atacadista (18.000) e finanças (19.000). Com essa alteração, o número de pessoas desempregadas caiu para 5,8 milhões de estadunidenses de uma população economicamente ativa de cerca de 164 milhões de pessoas.

Média de desemprego mensal (Crédito: Statista)

As taxas de desemprego específicas para homens adultos (3,3%), mulheres adultas (3,1%), adolescentes (11,3%), pessoas brancas em geral (3,1%), pessoas negras em geral (5,8%) e hispânicos (4,4%) se mantiveram estáveis entre junho e julho. Entre os desempregados, o número de pessoas em dispensa temporária diminuiu 175.000, chegando a 667.000 pessoas nesse mês. Já o número de desempregados permanentes se manteve em aproximadamente 1,4 milhão.

O total de trabalhadores desempregados a longo prazo (27 semanas ou mais) se manteve em 1,2 milhão de pessoas, ou 19,9%. Já os trabalhadores em empregos de meio período – uma vez que suas horas de trabalho foram reduzidas, ou não conseguiram encontrar empregos em horário integral – permaneceu em pelo menos 4 milhões em julho. A média de salário por hora aumentou por volta de 0,4%, ou 14 centavos, chegando a em torno dos US$ 33. Nos últimos 12 meses, o aumento cumulativo foi de 4,4%.

Média de salário por hora, julho 2023 (Crédito: U.S. Bureau of Labor Statistics)

Pesquisas mostram dificuldades para Biden

Ainda que as taxas de desemprego e inflação tenham diminuído, a aprovação do presidente Joe Biden continua estagnada em mais ou menos 40%, com desaprovação chegando a 54%. Dentro do Partido Democrata, Biden tem 77% de aprovação, e somente 6% entre os republicanos. Entre seus eleitores de 2020, 78% aprovam suas ações como presidente. Comparado a outros presidentes no terceiro ano de mandato, entretanto, os números ainda são otimistas: o republicano Donald Trump tinha apenas 43% de aprovação no mesmo período, e o também democrata Barack Obama, 44%.

Aprovação mandato Joe Biden (Crédito: Reuters)

Aproximadamente ⅕ dos entrevistados da última enquete da Reuters/Ipsos afirma que a economia é o maior problema enfrentado pelos Estados Unidos no momento; em seguida, os temas mais importantes são insegurança/criminalidade, com 14%, e meio ambiente, com 10%. É possível perceber, entretanto, que as prioridades de cada partido são profundamente diferentes: para os democratas, meio ambiente é o mais urgente, com 18%, seguido de economia, com 15%, e desigualdade, com 12%. Já para os republicanos, o tema econômico é o mais importante, com 23%, seguido por insegurança/criminalidade, com 19%, e imigração, com 17%.

Na enquete, por volta de 42% dos eleitores de Biden em 2020 consideraram a economia pior do que em 2022; 24%, que continua igual; e apenas 33%, melhor. Metade dos participantes também disse desconhecer iniciativas de Biden contra a inflação, ou investimentos em infraestrutura. Resultados econômicos se mostram particularmente relevantes para uma possível reeleição. Como consequência, o cenário não é otimista para o Partido Democrata.

É possível indicar alguns elementos que expliquem seus níveis de aprovação. Por um lado, a expectativa de políticas mais extensas em relação à emergência climática, saúde, etc., por parte de democratas, por exemplo. Por parte de republicanos, por outro, as políticas de Biden parecem extremas demais, como a guinada em direção a energias renováveis, ou a diminuição dos custos do Medicare. A imagem de Biden também está sofrendo com os escândalos e problemas legais de seu filho Hunter, fazendo 68% dos eleitores acreditarem que o presidente não tenha capacidade de diminuir a corrupção no governo.

 

* Ingrid Marra é mestranda em Global Political Economy and Development (GPED) pela Universität Kassel, graduada em Relações Internacionais do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da UFRJ (IRID/UFRJ), colaboradora do OPEU e assistente de pesquisa do International Relations Microfoundations Laboratory desde 2022. Pesquisa moeda, hierarquia monetária internacional e criptomoedas. Contato: LinkedIn.

** Revisão e edição final: Tatiana Teixeira. 1ª versão recebida em 13 ago. 2023. Este Informe não reflete, necessariamente, a opinião do OPEU, ou do INCT-INEU.

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