Caso Wikileaks causa primeira baixa na administração

Philip J. Crowley, porta-voz do departamento de Estado, pediu demissão no dia 13 após criticar publicamente o tratamento recebido por Bradley Manning, o soldado preso sob acusação de vazar arquivos confidenciais ao Wikileaks. Manning, que aguarda julgamento há oito meses, poderá receber pena de prisão perpétua por ajudar o “inimigo”. Apesar de considerar justa a detenção, Crowley afirmou em evento no Massachussets Institute of Technology (MIT) que o tratamento dado ao acusado é “ridículo, contraproducente e estúpido”. Apoiadores de Manning dizem que sua situação beira à tortura e pode ser classificada como prisão em solitária. Recentemente, o soldado foi forçado a dormir sem roupas após suposto comentário sobre suicídio. O advogado e a família de Manning negam que esse risco exista, assim como os psiquiatras da Marinha que o avaliaram. O comandante da prisão militar, no entanto, manteve a prática. Sem chegar a se retratar, Crowley disse que a declaração refletia uma opinião pessoal, embora contrariasse a posição oficial. Fontes do governo disseram que a Casa Branca teria se irritado com mais uma declaração inconsequente do porta-voz. A secretária de Estado, Hillary Clinton, já teria cogitado transferi-lo do departamento antes mesmo do episódio. Crowley e Clinton tinham um relacionamento difícil e raramente viajavam juntos oficialmente. Quando convidado a comentar o caso, o presidente Obama disse ter sido informado pelo Pentágono de que o tratamento dado ao soldado seria apropriado. Desde o dia 11, no entanto, os militares voltaram a fornecer roupas para Manning.

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