Justiça aponta discriminação policial em Ferguson

A morte do jovem negro Michael Brown pelas mãos do policial Darren Wilson voltou a ser notícia essa semana. Wilson disparou contra o jovem de 18 anos, em agosto de 2014,  após uma tentativa de roubo de cigarros em uma loja de conveniência. O policial relatou que Brown teria resistido à prisão e tentado alcançar a arma de Wilson. Outros relatos, no entanto, alegam que Brown foi atingido enquanto estava desarmado e com as mãos para cima. Protestos tomaram a cidade de Ferguson, no Missouri, denunciando a discriminação sofrida pela população negra da cidade. Após examinar depoimentos de mais de 40 testemunhas, o Departamento de Justiça não encontrou indícios desmentindo o relato de Wilson. A investigação também levou à publicação de um relatório, no dia 4, apontando uma série de violações constitucionais no sistema criminal e penal de Ferguson. A força policial e os tribunais da cidade estão envolvidos em diversas práticas de discriminação racial. Negros são aproximadamente dois terços da população da cidade, mas correspondem a 85% dos motoristas parados pela polícia. A chance de revista corporal é duas vezes maior do que a de outros cidadãos, apesar dos casos de porte de materiais ilícitos serem 26% menores entre negros. Nos casos de recurso à violência pela polícia, 88% dos incidentes envolveram a população negra entre 2010 e 2014. O relatório ainda descreve casos em que negros são parados e presos sem justificativas, alvos de armas de choque e considerados suspeitos apenas por questionar policiais. Em pronunciamento simples, sem coletiva de imprensa, o prefeito James Knowles afirmou que a cidade já começou a fazer mudanças.

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