Cresce debate doméstico sobre intervenção na Líbia

Enquanto Barack Obama não decide se apoia impor à Líbia uma zona de exclusão do espaço aéreo, cresce o debate doméstico sobre o posicionamento dos EUA. A maior resistência à zona de exclusão vem do secretário de Defesa, Robert Gates, para quem a ação requer a destruição prévia do sistema líbio de defesa aérea com o aval dos opositores ao governo, e não somente do Conselho de Segurança da ONU. A opinião é corroborada pela secretária de Estado, Hillary Clinton, receosa de que a medida seja interpretada pela opinião pública e por lideranças árabes como mais uma interferência dos EUA na região. A cautela do governo contrasta com a atitude de muitos congressistas, inclusive aliados de Obama. Segundo o senador John Kerry (D-MA), a demora em intervir pode levar à repetição de genocídios como os de Ruanda e da Bósnia-Hezergovina. Já os senadores John McCain (R-AZ) e Joe Lieberman (I-CT) afirmaram que uma ação militar atenderia aos pedidos dos revolucionários. Os críticos mais duros são os neoconservadores ligados ao governo anterior, como Paul Wolfowitz e John Bolton. Para essas figuras, Obama carece da “clareza moral” de George W. Bush ao tardar em proferir um discurso oficial contra Muammar al-Gaddafi ou em agir assertivamente. Alguns deles, no entanto, vêm sendo acusados de ligações com Gaddafi. O Monitor Group, consultoria ligada a professores da Escola de Negócios de Harvard, teria contratado nomes como Richard Perle, ex-membro de governos republicanos, e o historiador Francis Fukuyama para limpar a imagem do ditador após a suspensão do embargo dos EUA à Líbia em 2004.

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