Lobby egípcio derrubou resolução por democracia no Congresso

Em 2010, os senadores John McCain (R-AZ) e Russ Feingold (D-WI) lideraram esforços bipartidários para votar a resolução “Apoiando democracia, direitos humanos e liberdades civis no Egito”. Porém, a tentativa acabou arquivada em dezembro. Dois senadores trabalharam por esse desfecho: Dianne Feinstein (D-CA), do Comitê de Inteligência, e Roger Wicker (R-MS). Segundo fontes no Congresso, Feinstein disse que a resolução prejudicaria as relações entre EUA e Egito em temas sensíveis para a segurança nacional. No caso de Wicker, a motivação seria o contrato de US$ 807 milhões entre uma empresa naval do Mississipi e o governo egípcio para a construção de 4 embarcações militares. Outra explicação seria a sua ligação com Robert Livingston, ex-representante republicano na Câmara e sócio da joint venture PLM, grupo que defende os interesses do regime de Mubarak junto ao Congresso. Tony Podesta e o ex-congressista democrata Toby Moffet completam o quadro de associados. Tony é irmão de John Podesta, ex-Chefe de Gabinete do governo Clinton e atual diretor do Center for American Progress, think tank mais influente na administração Obama. Mubarak teria pago cerca de US$ 4 milhões para a PLM desde 2007. Os lobistas atuam para aumentar a ajuda financeira dos EUA ao Egito e facilitar a venda de armas: boa parte da assistência anual do governo retornaria para empresas armamentistas nos EUA, como a Lockheed Martin. Para McCain, a atitude do Congresso colocou os EUA atrás da história por não pressionar a ditadura no Egito e evitar a revolução no país.

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