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INCT-INEU organiza seminário internacional sobre AL e disputa hegemônica

Crédito: Tatiana Carlotti

Por Tatiana Carlotti e Neusa Maria Bojikian [Divulgação]

A competição entre Estados Unidos e China é o principal acontecimento das Relações Internacionais do século XXI. Desde o lançamento da iniciativa “Pivô para a Ásia”, durante o governo de Barack Obama, em 2011, a competição entre ambos os países está se intensificando. A presença chinesa se ampliou em diversas partes do mundo por conta da força centrípeta de seu comércio internacional e pelos investimentos produtivos associados à Iniciativa Belt and Road. Reagindo a isso, o governo dos Estados Unidos vem implementando estratégias para conter o desenvolvimento chinês por meio da elevação de tarifas alfandegárias, de sanções e embargos às empresas chinesas de alta tecnologia, além de anunciar políticas industriais para viabilizar o desacoplamento econômico das cadeias produtivas da Ásia.

Considerando-se que estamos no ano do bicentenário da Doutrina Monroe, esta situação assume especial relevância na América Latina e Caribe (ALC), tradicional área de influência dos Estados Unidos e sua periferia imediata. Nos últimos 20 anos, a presença da China tem crescido rapidamente. O país asiático se converteu em um importante parceiro comercial da América Latina e Caribe, sendo o principal sócio comercial do Brasil, Argentina, Chile e Peru, além de ser o segundo de inúmeros outros. Também firmou tratados de livre-comércio com o Chile, Peru e Equador. Atualmente, 21 países da ALC firmaram Memorandos de Entendimento (MoU) de adesão à Iniciativa Belt and Road. Obras de infraestrutura como ferrovias, portos, rodovias e hidrelétricas se espalharam pelo subcontinente.

Diante do aumento da interação da China com a ALC, os Estados Unidos estão pressionando os governos da região para se afastarem da China, tal como se constatou com o tema da presença da Huawei na estrutura de telecomunicações de 5G ou, mais recentemente, as pressões sobre a Argentina para não construir uma central nuclear com financiamento e tecnologias chinesas. Ao mesmo tempo, o governo de Washington acena com a criação de oportunidades econômicas para a região como forma de recuperar seu espaço frente à China. Nesse sentido, foram anunciados a “Parceria das Américas para a Prosperidade Econômica”, na última Cúpula das Américas, em Los Angeles, investimentos no âmbito da estratégia de “nearshoring” e a oferta de financiamentos por meio da Development Finance Corporation (DFC).

O aprofundamento da rivalidade sino-americana cria uma situação constrangedora para os países da ALC. Apesar da longa dependência política, econômica, militar e cultural em relação aos Estados Unidos, a região se tornou fortemente dependente da China em termos econômicos. Isso torna uma eventual desacoplagem com o governo de Pequim extremamente custosa, pois os Estados Unidos se mostram incapazes de oferecer alternativas efetivas em termos de comércio, investimentos e tecnologia. E, apesar de haver desafios transnacionais significativos, como aqueles ligados às alterações climáticas, que poderiam ser enfrentados de forma cooperativa principalmente por Estados Unidos e Brasil, as dificuldades são notáveis sobretudo, em razão de o Brasil preferir uma política externa não alinhada e de investir na ideia de uma governança internacional multipolar.

Diante disso, este seminário tem por objetivo debater as possibilidades de inserção internacional da América Latina e Caribe em meio a este ambiente competitivo que traz de volta para a região, guardadas as diferenças, elementos da bipolaridade da época da Guerra Fria. Daí a pergunta que norteia nosso seminário: “Como a América Latina e o Caribe podem se posicionar frente à disputa hegemônica global?”.

Confira a programação em pdf.

Data: 30 de novembro de 2023 – das 9h às 18h30

Local: Praça da Sé, 108 – Transmissão Online

= Programação =

Mesa 1: A América Latina frente aos 200 anos da Doutrina Monroe

9h – 10h30

Moderação: Roberto Moll (UFF, Brasil)

  • Raul Rodriguez (Universidad de La Habana, Cuba)
  • Sean Purdy (USP, Brasil)
  • Carolina Silva Pedroso (UNIFESP, Brasil)
  • Leandro Ariel Morgenfeld (UBA, Argentina)

Intervalo: 10h30 – 11h

Mesa 2: A América Latina e a competição entre Estados Unidos e China

11h – 12h30

Moderação: Sebastião Velasco e Cruz (Unicamp, Brasil)

  • Gonzalo S. Paz (Georgetown University, EUA) online
  • Roberto Zepeda Martinez (UNAM, México)
  • Marcos Cordeiro Pires (Unesp, Brasil)
  • Shen Yi (Fudan BRICS CENTER, China)online

 Almoço: 12h30 – 14h

Mesa 3– As diferentes dimensões do regionalismo sul-americano frente à competição global

14h – 15h30

Moderação: Neusa Maria Bojikian (Unicamp, Brasil)

  • Karina Mariano (Unesp, Brasil)
  • Pedro Silva Barros (IPEA, Brasil)
  • Jorge Heine (Boston University, EUA)
  • Bernabé Malacalza (Universidad Torcuato Di Tella, Argentina)

Intervalo: 15h30 – 15h45

Mesa 4 – As relações de defesa no contexto sul-americano

15h45 – 17h

Moderação: Alexandre Fuccille (Unesp, Brasil)

  • Hector Luís Saint-Pierre (Unesp, Brasil)
  • Lívia Peres Milani (PPGRI-STD, Brasil)
  • Ana Amélia Penido Oliveira (Unicamp, Brasil)

 Mesa 5 – O Brasil, disputas hegemônicas e multilateralismo

17h – 18h30h

Moderação: Tullo Vigevani (Unesp, Brasil)

  • Reginaldo Mattar Nasser (PUC-SP, Brasil)
  • Rafael Ioris (University of Denver, EUA)
  • Maria Regina Soares de Lima (IESP-UERJ, Brasil)

 

Acompanhe as discussões ao vivo e inscreva-se no Canal do INCT-INEU no YouTube.

 

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