A Casa Branca negou, no dia 3, que o programa ZunZuneo tenha sido criado secretamente para fomentar oposição ao regime cubano. O sistema foi planejado pela USAID, agência de desenvolvimento econômico no exterior, com o objetivo oficial de facilitar a comunicação na ilha. Chamado na mídia de Twitter cubano, o ZunZuneo permitia a difusão de mensagens de texto sobre assuntos cotidianos. Segundo investigação da Associated Press, que reuniu mais de mil documentos sobre o caso, a intenção da USAID era introduzir conteúdo político antigovernista com o passar do tempo. O programa foi inaugurado em 2010, meses após a prisão em Havana de um funcionário terceirizado da USAID. Alan Gross teria instalado em Cuba equipamentos de tecnologia exclusiva do governo dos EUA para expandir o acesso à Internet na ilha. Segundo o governo cubano, Gross teria violado o artigo 11 da Lei 88, que proíbe a distribuição de recursos financeiros ou materiais provenientes do governo dos EUA. A USAID disse que o programa, que durou apenas dois anos, visava criar uma plataforma para que cubanos falassem livremente entre si, sendo desprovido de intenção política. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou que o ZunZuneo era uma “forma discreta de assistência humanitária”. Carney também refutou seu caráter clandestino, uma vez que a verba para a implantação teria sido publicamente debatida e aprovada pelo Congresso. Essa não é a primeira vez que a USAID é acusada de estimular oposição a regimes estrangeiros. A agência foi expulsa da Rússia, em 2012, e da Bolívia, em 2013, por motivos semelhantes.