O analista Edward Snowden assumiu, no dia 9, a responsabilidade pelos vazamentos sobre a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) aos jornais The Guardian e The Washington Post . Ex-funcionário da CIA, Snowden era consultor da Booz Allen Hamilton até pocuos dias. A empresa presta serviços à NSA e a outras agências do governo. Pelo menos 1,4 milhão de pessoas têm acesso a informações altamente confidenciais nos EUA. Mais de um terço desse universo é formado por funcionários terceirizados. As revelações de Snowden renovam o debate sobre o equilíbrio entre segurança nacional e liberdades civis no país, e produzem novo abalo no governo Barack Obama. Ao divulgar sua identidade, Snowden explicou que seu objetivo era deflagrar uma discussão sobre a vigilância exercida pelo governo sem o conhecimento da população e negou a intenção de prejudicar a segurança nacional. Snowden deve ser processado sob o Espionage Act de 1917, que considera crime a transmissão de informações sigilosas a pessoas não autorizadas. Ele está em Hong Kong, território com o qual os EUA têm tratado de extradição. Os críticos dos programas da NSA alegam que os ganhos para a segurança nacional não compensam a invasão à privacidade. Também condenam Obama por ampliar os esforços de vigilância doméstica iniciados na administração W. Bush após o 11 de Setembro. Mais de 20 mil pessoas já assinaram uma petição a ser enviada à Casa Branca pelo perdão a Snowden, considerado por muitos como um herói nacional. Para Steven Aftergood, diretor da Federação de Cientistas Americanos, o valor político do vazamento é maior do que possíveis riscos à segurança.