Governo esperou fim da eleição para admitir ataque iraniano

O Pentágono confirmou, no dia 8, que um avião não tripulado dos EUA foi atacado pelo Irã. A investida ocorreu, no dia 1o., contra um Pedrator MQ-1 que sobrevoava o Golfo Pérsico a 16 milhas náuticas da costa iraniana. O ataque por aviões iranianos, o primeiro contra um alvo militar dos EUA, não foi bem sucedido. O drone retornou intacto à base, possivelmente no Qatar ou nos Emirados Árabes Unidos. De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar (CNUDM), o país costeiro tem soberania aérea e marítima até uma distância de 24 milhas náuticas de seu litoral. A partir da 12a. milha náutica, é concedido o direito de livre passagem a aviões e navios de outros países. A permissão, no entanto, não se estende a missões militares. O Irã adotou a CNUDM, mas o Senado dos EUA não ratificou o tratado, que foi assinado pelo ex-presidente Bill Clinton em 1994. O incidente no Golfo aconteceu em meio à retomada das negociações entre o Irã e o P5+1, que inclui os membros permanentes do Conselho de Segurança e a Alemanha. No último debate presidencial, o próprio Obama foi ambíguo em relação ao Irã. Inicialmente, o presidente desmentiu rumores sobre conversas paralelas entre Washington e Teerã, mas acabou insinuando a possibilidade de diálogo. A questão iraniana é um grande desafio para o segundo mandato de Obama. Embora a demora na divulgação do ataque seja atribuída ao sigilo da operação com drones, a mídia acredita que o atraso teve motivação política. O governo teria adiado o anúncio para evitar que o caso fosse usado contra Obama às vésperas da eleição.

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