Documentos ligam serviço secreto líbio com a CIA

Documentos encontrados na Líbia apontam a existência de uma relação estreita entre a CIA e o serviço de inteligência do país. Os arquivos, cuja autenticidade ainda não foi confirmada, foram localizados por jornalistas e pela ONG Human Rights Watch, no dia 2, em escritório do ex-chefe de espionagem líbio. A cooperação oficial entre o governo líbio e países ocidentais foi estabelecida em 2004, quando a Líbia abandonou seu programa de desenvolvimento de armas não convencionais. Os arquivos, no entanto, sugerem uma relação mais estreita e controversa. Os documentos, datados de um período entre 2002 a 2007, relatam a transferência para a Líbia de presos suspeitos de terrorismo pela CIA e pelo serviço secreto britânico MI-6. Pessoas com supostas ligações com a Al Qaeda eram levadas de outros países para serem interrogadas e torturadas na Líbia. Os interrogatórios seguiam um roteiro pré-determinado pela CIA, que entregava aos interrogadores um questionário com 89 perguntas às quais o prisioneiro deveria ser submetido. Em 2004, a agência teria acatado pedido do presidente Muammar al-Gaddafi para capturar Abu Abdullah al-Sadiq, então membro do Grupo de Combate Islâmico Líbio, em Bangkok. Sadiq, que hoje atende pelo nome de Abdel Hakim Belhaj e é um dos líderes das forças de oposição, forneceu detalhes do episódio que seriam compatíveis com os documentos. A porta-voz da CIA, Jennifer Youngblood, se recusou a comentar o caso, limitando-se a dizer que o fato de a agência trabalhar com outros governos no combate ao terrorismo não é surpresa.

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