A agência de classificação de risco Standard and Poor’s (S&P) rebaixou a classificação da perspectiva da dívida dos EUA de estável para negativa. O relatório, divulgado em 18 de abril, mantém a nota máxima para os títulos da dívida do país (AAA), mas aponta que, pelo alto nível de endividamento do governo e pela dificuldade dos dois partidos em reduzir o déficit orçamentário, existe a possibilidade que essa nota também seja revista no futuro. De acordo com a S&P, a chance de reclassificação é de uma em três nos próximos dois anos. Segundo o Washington Post, a Casa Branca tentou por semanas convencer a S&P a não rebaixar a perspectiva da dívida do país. Mas os argumentos da administração foram vencidos pelo contraste entre os dois planos para o orçamento divulgados por democratas e republicanos nas últimas semanas. A S&P teme que um consenso não possa ser alcançado antes do ciclo eleitoral de 2012 e que a redução do déficit só começaria a ser implementada no ano fiscal 2014, tarde demais para impedir danos aos títulos da dívida do país. Em Washington, os dois partidos tentam beneficiar-se. O representante Peter Welch (D-VT) pediu em carta assinada por 114 democratas pelo aumento do limite da dívida do governo para assegurar o mercado de que os EUA “honram suas dívidas”. Já o líder da maioria na Câmara, Eric Cantor (R-VA), aponta o relatório como outro sinal de que a discussão por cortes de gastos não pode ser evitada. Apesar disso, o rebaixamento não teve impacto marcante nos mercados financeiros. O Departamento do Tesouro também desmereceu a nota, argumentando que a S&P subestima a capacidade dos EUA de fazer os ajustes necessários.