Wikileaks: Conivência dos EUA com corrupção no Afeganistão

Notas diplomáticas revelaram a descrença do embaixador dos EUA, Karl Eikenberry, quanto à estratégia do país no Afeganistão. Na sua visão, a força militar seria insuficiente para derrotar a contra-insurgência, sendo fundamental a atuação política de líderes locais. O grande desafio, entretanto, estaria na corrupção disseminada por escalões do governo. Reproduzida pelo Wikileaks, a declaração foi dada após encontro do embaixador com Ahmed Wali Karzai, irmão do presidente afegão, conhecido como traficante de drogas e homem poderoso em Kandahar. Outros documentos mostram irregularidades cometidas pelo próprio presidente, Hamid Karzai, que teria autorizado a libertação de 150 detentos, dentre eles alguns chefes do tráfico e 29 antigos prisioneiros de Guantánamo. Sobre o ex-prefeito de Cabul, Abdul Ahad Sahibi, acredita-se que tenha sido perseguido por oficiais por sua tentativa de impedir um esquema ilegal de distribuição de terras. O caso mais constrangedor envolveu um assessor presidencial acusado de suborno. Após intervenção pessoal de Karzai, as acusações acabaram retiradas e os EUA obrigados a reavaliar as ações anticorrupção a fim de manter o apoio do governo, levando Barack Obama a reconhecer a inevitabilidade de negociar com autoridades corruptas. Eikenberry ainda classificou o presidente afegão como paranoico, fraco e retrógrado. Segundo John Day, diretor de políticas do Ministério da Defesa da Grã-Bretanha, o motivo pelo qual os EUA e seus aliados continuariam a apoiá-lo seria o fato de ter sido escolhido por autoridades políticas da comunidade internacional.

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