A alta taxa de desemprego e a baixa taxa de inflação têm causado preocupação no Fed, o banco central dos EUA. As atas da reunião de setembro, divulgadas pelo Federal Open Market Committee, e os recentes pronunciamentos do presidente do banco, Ben Bernanke, indicam que o órgão deve anunciar mais uma intervenção no mercado. A medida mais provável é uma nova compra de títulos do Tesouro, visando elevar a inflação e baratear o crédito; desde o início da crise, o Fed já comprou US$ 1,7 trilhões em títulos e dívidas hipotecárias. A inflação atual, em torno de 1,1%, está abaixo da meta informal de 2%, em grande parte devido à baixa demanda e à lenta recuperação econômica. O grande temor do Fed é a deflação, que, segundo Bernanke, poderia ser mais nociva do que uma alta taxa de inflação. Além da compra de títulos do Tesouro, outras estratégias em debate são a elevação da taxa de inflação esperada, o que promoveria o aumento dos preços no curto prazo, ou um regime de metas de nível de preços, sistema no qual o Fed toleraria uma inflação futura mais alta para compensar uma baixa inflação anterior. Por outro lado, analistas temem que o banco perca o controle sobre a taxa de inflação e que os altos índices registrados na década de 1980, tão combatidos pelo Fed, voltem. Outro receio é o de que o enfraquecimento do dólar gere instabilidade no mercado mundial. A estratégia adotada deve ser anunciada na próxima reunião do banco, prevista para os dias 2 e 3 de novembro.