O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, reuniu-se com o representante comercial dos EUA, Michael Froman, no dia 30. O objetivo do encontro em Washington foi discutir o caso do algodão. Em outubro, os EUA interromperam o pagamento de compensações ao Instituto Brasileiro do Algodão, violando um acordo firmado com o Brasil em 2010. O acerto foi alcançado após vitória brasileira em uma disputa sobre subsídios ao algodão na OMC. O arranjo temporário, que evitou uma retaliação comercial brasileira, deveria ser mantido até que uma nova legislação agrícola alterando as práticas contestadas fosse aprovada nos EUA. Após o encontro, Figueiredo afirmou que o governo brasileiro estudará a lei agrícola aprovada pelo Congresso dos EUA, no último dia 4, para saber se as demandas do Brasil foram atendidas. A legislação aprovada altera os contestados programas de subsídio e crédito à exportação, fazendo referência ao objetivo de por fim à disputa. Entretanto, fontes no governo brasileiro afirmam que a lei ainda contém subsídios distorcivos voltados aos produtores de algodão. A lei também não menciona se os pagamentos ao Brasil serão retomados, embora a decisão de Washington de suspendê-los por motivo de restrição orçamentária seja vista em Brasília como um obstáculo à resolução definitiva do caso. Figueiredo não descarta a possibilidade de retaliação pelo Brasil. Um relatório sobre a lei agrícola deverá ser apresentado à Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão brasileiro responsável por decidir sobre uma eventual retaliação. A próxima reunião da Camex deve ocorrer no dia 20.