Presidente Dilma adia viagem a Washington

A presidente Dilma Rousseff adiou, no dia 18, a visita oficial que faria aos EUA em outubro. A decisão foi tomada após conversa por telefone na véspera com o presidente Barack Obama. Fontes oficiais nos dois governos publicaram que o adiamento foi a saída conjunta para o impasse diplomático criado com as recentes denúncias sobre espionagem. A informação de que serviços de inteligência nos EUA espionaram a presidente e a Petrobrás gerou grande irritação no governo brasileiro, que condicionou a visita a um pedido de desculpas e a explicações oficiais sobre os atos. O telefonema de Obama parece ter sido uma nova tentativa infrutífera da Casa Branca para atenuar a tensão. Em julho, o vice-presidente Joe Biden tinha conversado com Dilma sobre a questão e o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, esteve em Washington na semana passada para discutir o problema com a conselheira de segurança nacional Susan Rice. A recepção de um líder estrangeiro com pompas de chefe de Estado é simbólica por indicar relevância do país convidado para a política externa dos EUA. Dilma seria a primeira liderança brasileira a receber esse tratamento desde 1995, um gesto que espelha a agenda de diálogos bilaterais desenvolvida principalmente nos últimos dois anos. Na mídia brasileira e internacional, a recusa brasileira foi vista como um gesto de autonomia e de repúdio com o que Brasília considera desrespeito à soberania nacional. Para especialistas, contudo, a questão não deve afetar gravemente as relações entre os dois países e a visita poderá ser reagendada nos próximos meses.

 

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