A pressão por cortes de gastos públicos tem acentuado tensões entre governadores e movimentos trabalhistas em vários estados nos EUA. No Wisconsin, uma lei proposta pelo governador republicano Scott Walker desencadeou uma série de protestos nas últimas semanas e um impasse político no legislativo estadual. O projeto reduz o poder de barganha coletiva dos funcionários públicos e aumenta a contribuição destes para fundos de pensão e assistência médica. O plano economizaria US$30 milhões no orçamento estadual, mas sindicatos julgam-se prejudicados pela medida, uma vez que sua participação em negociações passaria a ser limitada apenas a questões salariais. Wisconsin tornou-se palco de diversos protestos desde que a proposta foi apresentada. O setor mais engajado nas manifestações é o de professores, o mais ameaçado, uma vez que educação representa boa parcela dos gastos estatais. Walker e congressistas republicanos insistem que as medidas são necessárias para o ajuste fiscal. Por outro lado, a proposta também prevê redução de impostos para empresas que invistam no estado. A Câmara estadual aprovou o projeto em 24 de fevereiro. Depois disso, os 14 senadores democratas saíram do estado e reuniram-se no vizinho Illinois. Os republicanos são maioria no Senado estadual, mas precisam ao menos de um senador democrata para ter quorum suficiente para abrir uma sessão e aprovar a lei. A polícia estatual tem ordens do governador para fazer com que eles retornem ao trabalho, o que não ocorreu até o momento.