(Arquivo) Senador Harry Reid, no Capitólio, em 17 mar. 2016 (Crédito: Senado dos EUA/Flickr)

Por Geraldo Zahran [Notícias]

O Senado dos EUA não apreciará o projeto de lei sobre mudança climática ainda em 2010. A decisão foi tomada pelo senador Harry Reid (D-NV), líder da maioria na casa, que argumentou não ter havido mobilização política e discussão suficientes em torno do tema. A Câmara aprovara projeto sobre o tema em 26 de junho de 2009, o American Clean Energy and Security Act of 2009 (H.R. 2454). No Senado, a discussão girou em torno de proposta própria apresentada por John Kerry (D-MA) e Barbara Boxer (D-CA) em 30 de setembro de 2009, o Clean Energy Jobs and American Power Act (S.1733). A proposta, no entanto, nunca chegou a ser votada por conta de divergências partidárias. Kerry, então, iniciou negociações com os senadores Joseph Lieberman (I-CT) e Lindsey Graham (R-SC) para a formulação de novo projeto.

A proposta tratava de maneira diferenciada cada setor da economia e tinha como metas reduções de 17% na emissão de gases de efeito estufa até 2020 (com base nos índices de 2005), e de 83% até 2050. Com o vazamento no Golfo do México em abril de 2010, a discussão ganhou tons ainda mais acirrados. Graham desistiu de apoiar o novo projeto, divulgado por Kerry e Lieberman em 12 de maio de 2010, mas nunca introduzido para discussão no Senado.

Em junho, Obama realizou, sem sucesso, uma reunião bipartidária com 23 senadores na Casa Branca para quebrar o impasse. Mesmo com pesquisas mostrando o apoio da opinião pública à legislação sobre mudança climática, o tema perdeu força com a proximidade das eleições. O atual ambiente político altamente polarizado diminuiu ainda mais as chances de conciliação das posições dos dois partidos.

[Material atualizado com foto em 21 nov. 2023]

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