Resumo da Semana

EUA e o Resumo da Semana (de 5 a 11 set. 2021)

Acompanhado da vice-presidente dos EUA, Kamala Harris (à dir.), o secretário mexicano das Relações Exteriores, Marcelo Ebrard (à esq.), fala durante encontro do Diálogo Econômico de Alto Nível EUA-México, no Eisenhower Executive Office Building, em Washington, D.C., em 9 set. 2021 (Crédito: Andrew Harnik/AP)

Por Equipe OPEU

América Latina, por Nathan Oliveira

Estados Unidos e México concordaram, na quinta-feira (9), em reativar o Diálogo Econômico de Alto Nível (HLED, na sigla em inglês) que havia sido abandonado durante o governo de Donald Trump. Lançada em 2013, a iniciativa visa a avançar estratégias econômicas e comerciais para promover investimentos em diferentes áreas em ambos os países, como cadeias de suprimento compartilhadas, particularmente em semicondutores; redução da pobreza e criação de empregos; e políticas públicas voltadas para o combate à migração em condição ilegal. A medida se dá logo após a decisão da Suprema Corte de restaurar a política conhecida como “Fique no México” (Remain in Mexico), que este ausente das conversas. Pouco antes do encontro realizado em Washington, o presidente mexicano, Andrés Manuel López-Obrador, declarou que os EUA “não fizeram nada durante anos” para ajudar a América Central, indicando que Joe Biden deveria imediatamente apoiar “os países mais pobres” da região e combater as causas originárias do fenômeno migratório.

China e Rússia, por João Bernardo Quintanilha Chagas e Carla Morena

Também no dia 9, Biden e o presidente da China, Xi Jinping, falaram-se por telefone. Em nota, a Casa Branca descreveu a conversa como “uma ampla discussão estratégica”, na qual foram abordadas tanto áreas de convergência de interesses, como perspectivas divergentes. Esta foi apenas a segunda comunicação entre os presidentes desde a eleição de Biden, em meio a crescentes tensões entre os países, com destaque para Taiwan e para a região do Mar do Sul da China. A isso, soma-se a retórica de Biden de unir o Ocidente em uma luta entre “autocracia e democracia”. Desde a eleição do democrata, as relações entre Pequim e Washington têm sofrido aumento das tensões na região do Pacífico e da Ásia Central. Lu Xiang, pesquisadora de Estudos sobre Estados Unidos (US Studies) na Academia Chinesa de Ciências Sociais, considera a ligação entre ambos uma chance de “colocar um freio na confrontação e abrir canais limitados para a comunicação”. Para a pesquisadora, o gesto reflete pressões da comunidade de negócios dos Estados Unidos para que a Casa Branca consiga envolver a China.

No episódio do Diálogos INEU de 9 set. 2021, a pesquisadora Neusa Maria Bojikian (INCT-INEU) entrevista o professor Williams Gonçalves (RI/UERJ) sobre as relações EUA-China

A ligação foi um dia depois de o destroier “USS Benfold” navegar perto da Mischief Reef, região das Ilhas Spratly onde os chineses construíram instalações militares. A passagem do navio ocorreu dias após a imposição por parte da China de novas regras marítimas de identificação. De acordo com a Sétima Frota dos Estados Unidos, a passagem foi feita em conformidade com o direito internacional, determinado na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. Em resposta, o porta-voz do Comando do Teatro do Sul, coronel sênior Tian Junli, declarou que as ações norte-americanas violaram a soberania e a segurança chinesas. A China, cabe notar, vem aumentando sua projeção regional, incluindo a capacidade militar de tomar uma ilha no Mar do Sul da China. A Administração Marítima da China alertou sobre exercícios de artilharia no oeste da Península de Leizhou. Além disso, a mídia estatal chinesa noticiou exercícios de desembarque anfíbio dirigidos pelo Comando do Teatro do Sul.

Na sexta-feira (10), Rússia e Belarus iniciaram um dos maiores exercícios militares na Europa em décadas. De acordo com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o exercício, denominado Zapad-2021, “não tem ninguém como alvo”. Conforme informações do Ministério russo da Defesa, o Zapad-2021 envolverá 200.000 soldados, 760 tanques, sistemas de foguete com lançamentos múltiplos, 80 aeronaves e 15 navios de guerra. Em pronunciamento aos jornalistas, Putin declarou que, embora não tenha um alvo, a realização do exercício é lógica, tendo em vista a crescente presença militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) perto das fronteiras do que Putin chamou de “Estado da União”, uma antiga ambição de Moscou acerca de uma federação entre Rússia e Belarus.

Economia e Finanças, por Marcus Tavares e Ingrid Cagy Marra

O Producer Price Index (PPI), que representa as variações médias nos preços recebidos pelos produtores domésticos no processo de produção, aumentou por volta de 0,7% no mês de agosto. Para analistas, enquanto existirem gargalos logísticos por conta da pandemia da covid-19, a taxa média de inflação se manterá alta. Para além desse fator, a escassez de mão de obra no país também é um dos principais problemas que os produtores têm enfrentado durante o período. De agosto de 2020 a agosto de 2021, a taxa de PPI aumentou 8,3%, o maior valor desde 2010.

No dia 9, legisladores na Califórnia assinaram um projeto de lei voltado para as cotas de produtividade em armazéns, praticadas pela Amazon. Com o nome de Warehouse Workers Protection Act, aprovado por 26-11, ainda passará pela Assembleia Legislativa e pelas mãos do governador Gavin Newsom, que pode sancionar, ou vetar, o texto. A legislação tem como finalidade requerer a divulgação das cotas de produtividade para empregados e agências governamentais, além de proibir que empregadores estabeleçam metas e cotas insalubres para trabalhadores de armazéns, geralmente alcançadas ao pularem refeições, pausas para descanso, ou idas ao banheiro.

O presidente Joe Biden anunciou novos mandatos de vacinas com regras mais estritas para funcionários federais e grandes empregadores. Como aspecto central do plano, o Departamento do Trabalho deverá exigir que todas as empresas com 100 ou mais funcionários garantam que seus trabalhadores sejam vacinados, ou que sejam testados uma vez por semana. A companhia United Airlines foi além e declarou, na sexta-feira (10), que funcionários que se recusarem a se vacinar por motivos religiosos entrarão forçosamente em licença sem vencimentos temporária. A empresa tem aproximadamente 67 mil empregados ativos cobertos pelo mandato. Colaboradores com razões médicas válidas para não se vacinarem entrarão de licença paga.

No dia 10, o Departamento do Tesouro dos EUA recebeu diversos empresários para discutir sobre os riscos e os benefícios das chamadas stablecoins – um tipo específico de criptomoeda que está em crescimento por ser indexada a uma moeda governamental. Com crescimento vertiginoso, o mercado de criptomoedas tem alarmado diversos reguladores financeiros no país. Ainda em julho de 2021, a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, comentava sobre a necessidade de regulamentações para stablecoins.

Espaço, por Ingrid Cagy Marra

Nos dias 6 e 8 de setembro, o Mars Perseverance Rover, que faz parte do Programa de Exploração de Marte da NASA, conseguiu coletar duas primeiras amostras de rochas marcianas. A partir dos minerais encontrados nas rochas será possível ter um maior entendimento sobre o clima e as condições de habitabilidade do planeta há milhões de anos. No momento, o Rover está explorando a cratera Jezero, local de um lago antigo há mais de três bilhões de anos.

É crescente o número de startups na área da indústria espacial, participando do desenvolvimento de sistemas de propulsão para pequenos satélites. Essas empresas também percebem oportunidades no setor militar. Organizações como a Air Force Research Laboratory e a U.S. Space Force’s SpaceWERX estão aumentando de maneira exponencial o interesse nesse tipo de tecnologia, enquanto militares estão tentando construir constelações de satélites mais resistentes, de acordo com o vice-presidente da Benchmark Space Systems, Christopher Carella.

Filipinas, por Eduardo Mangueira

Na última quinta-feira (9), o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, recebeu os secretários filipinos Teodoro Locsin Jr. (Relações Exteriores) e Delfin Lorenzana (Defesa Nacional), em Washington, D.C. O encontro marcou o aniversário de 70 anos do Tratado de Defesa Mútua entre os dois países. Ambos os ministros também foram recebidos por seus homólogos americanos, Antony Blinken e Lloyd J. Austin III (10), respectivamente.

Secretary Austin host Republic of the Philippines National Defense Secretary Delfin N. LorenzanaO secretário americano da Defesa, Lloyd J. Austin III (à dir.), e o secretário filipino da Defesa Nacional, Delfin Lorenzana, ouvem os respectivos hinos nacionais, na entrada do Pentágono, em Washington, D.C., em 10 set. 2021 (Crédito: sargento da Força Aérea americana Jack Sanders/DoD)

Esta visita aos Estados Unidos ocorre como parte da busca filipina por uma revisão do Tratado. Na véspera (8), Lorenzana havia declarado que países não-participantes do Tratado obtinham mais vantagens e reforçou a necessidade de uma atualização dos equipamentos militares fornecidos pelos americanos ao país. O apelo surge em meio à crescente pressão chinesa no espaço marítimo filipino, e à descrença, segundo Lorenzana, de mais da metade da população do arquipélago na confiabilidade norte-americana enquanto aliado nas disputas do Mar do Sul da China.

Meio Ambiente, por Victor Hugo de Oliveira Souza

Com objetivo de reduzir emissões de gases do efeitos estufa e, com isso, combater a mudança climática, a cidade de Nova York, por meio do Departamento de Transporte (DOT, na sigla em inglês), divulgou um novo plano. Denominado Electrifying New York (“Eletrificando Nova York”), o plano almeja instalar, até 2030, cerca de 50.000 carregadores públicos para veículos elétricos.

Na última quarta-feira (8), o comissário do DOT, Hank Gutman, divulgou o plano que conta com forte incentivo do Governo Federal e traz metas ambiciosas para pavimentar e difundir a utilização de veículos movidos à energia elétrica. Sua magnitude pode ser compreendida por meio de seus objetivos e ações, dentre as quais zerar a emissão de carbono até 2050, o que requer que pelo menos 400.000 proprietários troquem seus veículos convencionais por outros movidos à eletricidade, até 2030. Nesse sentido, está prevista a instalação de 40.000 carregadores públicos nível 2 (L2) e 6.000 carregadores rápidos de corrente contínua (DC) em toda cidade até 2030. Segundo empresas do setor, além de serem ultrarrápidos, estes são os mais potentes na atualidade. O plano prevê, ainda, que estacionamentos e garagens municipais disponibilizem carregadores L2 em até 20% de suas vagas, até 2025, e 40%, até 2030. O Departamento de Transporte instalará, por sua vez, 1.000 estações de carregamento nas calçadas dos cinco distritos (Manhattan, Brooklyn, Queens, Bronx e Staten Island) até 2025. Até 2030, a meta é alcançar 30.000 pontos de recarga.

Em complemento, a recém-empossada governadora de Nova York, a democrata Kathy Hochul, assinou uma lei, exigindo que todos os carros de passageiros e caminhões novos vendidos no estado sejam veículos com emissão zero até 2035. O requisito de emissão zero previsto na lei também se aplicará a todos os veículos médios e pesados até 2045. Por fim, a governadora também instruiu o Departamento estadual de Conservação Ambiental a lançar uma proposta de regulamento destinada a reduzir a poluição do ar liberada por caminhões.

Oriente Médio, por Luísa Azevedo

O secretário de Estado, Antony Blinken, e o da Defesa, Lloyd J. Austin III, estiveram em viagem diplomática ao Catar. Na segunda-feira (6), em encontro com o emir catariano, xeque Tamim bin Hamad Al Thani, em Doha, ambos reforçaram a relação estratégia com o país para promover segurança na região. Também agradeceram pelo apoio fundamental do emirado nos esforços de retirada das tropas americanas na semana anterior.

Em entrevista coletiva conjunta na terça (7), o secretário Austin, seu homólogo catariano, Dr. Khalid bin Mohammed Al Attiyah, e o chanceler do país anfitrião, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, relataram o “sucesso” da Operation Allies Refuge (“Operação Refúgio dos Aliados”) nos níveis técnico e de ajuda humanitária. Com mais de 58 mil pessoas transferidas por Doha, os líderes do Catar reforçam a continuidade dos trabalhos junto ao Talibã para manter uma passagem livre para saída do país, um “corredor de liberdade e de movimento do Afeganistão em acordo com os talibãs”, conforme o comunicado. Os representantes do governo americano apontaram o Catar como um parceiro facilitador das negociações com os talibãs. Sobre a questão palestina, reafirmaram a “assistência mútua para encontrar uma solução pacífica, por intermédio do Catar”. O chefe do Pentágono mencionou ainda o trabalho conjunto de ambos os países para desestabilizar as pretensões nucleares do Irã.

Austin, Blinken Thank Qatari People for Support in Afghan Evacuation > U.S. Department of Defense > Defense Department News

(Da esq. para dir.) Secretário da Defesa dos EUA, Llyod J. Austin III; ministro da Defesa do Catar, Khalid bin Mohamed Al Attiyah; secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken; e o ministro catariano das Relações Exteriores, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, em 7 set. 2021, em Doha (Crédito: Chad J. McNeeley/DOD)

Ainda na terça (7), em entrevista a Lotfullah Najafizada, do TOLO News, Blinken fez um balanço da guerra no Afeganistão e da retirada das tropas americanas. Assim como no discurso de Biden, o secretário afirmou que os interesses nacionais da Guerra ao Terror foram concluídos há uma década, com a prisão de Osama bin Laden e com a desarticulação da rede Al-Qaeda. Ele ainda responsabilizou o Exército e governo afegãos pela rápida tomada de poder por parte dos talibãs. Quanto ao reconhecimento do governo Talibã, Blinken reforçou que “a trajetória e a relação conosco e com o resto do mundo dependerá de suas ações” e, como parte dessas ações, complementou que o Talibã precisa assegurar que o Afeganistão não será usado como base para ataques terroristas.

Blinken falou à imprensa na quarta-feira (8) sobre os cerca de 1.500 cidadãos americanos que ainda aguardam para serem retirados do Afeganistão. O secretário garantiu que o Departamento de Estado está concentrado em contatá-los e retirá-los do país.

Em nota divulgada neste mesmo dia, a embaixada da Arábia Saudita em Washington manifestou satisfação com a ordem executiva sancionada pelo presidente Biden sobre a revisão do sigilo de documentos referentes aos atentados terroristas do 11 de Setembro. Para a embaixada, a ação de “desclassificação” reflete reiterados pedidos das lideranças sauditas para que os EUA divulguem todo material relacionado com as investigações sobre os atentados. A decisão de Biden ocorre um mês após um grupo de mais de 1.600 pessoas afetadas pelos ataques enviar uma carta ao presidente. Nela, pede-se a responsabilização da Arábia Saudita por seu papel no 11 de Setembro e em outros atos terroristas.

Na quinta (9), o secretário Lloyd J. Austin III reconheceu a contribuição do Catar, do Bahrein e do Kuwait nas operações militares de retirada do Afeganistão. Ele ressaltou os benefícios da aliança com os países do Golfo Pérsico para os interesses americanos de segurança da região. Nesse sentido, citou o apoio dado aos fuzileiros americanos feridos no ataque terrorista do Estado Islâmico-K, no aeroporto de Cabul. Para Austin, não há garantias quanto às promessas dos talibãs. O secretário ressaltou, porém, que os militares americanos enfrentarão qualquer ameaça terrorista aos EUA, apesar das maiores dificuldades pela ausência de tropas e Inteligência no país.

Em um comunicado divulgado no dia 9, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional (NSC, na sigla em inglês), Emily Horne, celebrou o apoio da companhia aérea Qatar Airways em voos fretados para a retirada segura de cidadãos americanos e de residentes permanentes do Afeganistão pelo aeroporto de Cabul. Ela considerou “positiva” a cooperação dos talibãs, por facilitarem as retiradas. Afirmou, ainda, que os esforços continuarão para “facilitar a viagem segura e ordenada de cidadãos americanos, de residentes permanentes legais e de afegãos que trabalharam para nós e desejarem deixar o Afeganistão”.

Política Doméstica, por Augusto Scapini

Em 7 de setembro, o governador do Texas, Greg Abbott (R-TX), promulgou oficialmente uma lei que impõe restrições ao processo eleitoral, a qual havia sido aprovada pela Assembleia Legislativa na semana anterior. Algumas das novas regras incluem verificações mensais do status de cidadania e a proibição de votar por drive-thru e em postos de votação 24 horas. A lei já foi desafiada por três diferentes processos judiciais, por “discriminação contra os direitos eleitorais de comunidades não-brancas e portadoras de deficiências”.

Na quinta-feira (9), a Polícia do Capitólio solicitou a instalação de cercas ao redor da área do complexo, em preparação para uma manifestação marcada para o dia 18 no local. Os manifestantes planejam protestar em apoio àqueles que foram presos por envolvimento na invasão do Capitólio em 6 de janeiro deste ano. Em torno de 570 pessoas foram acusadas de crimes federais. No dia 10, seis dos participantes se declararam culpados na Justiça. A invasão foi mencionada indiretamente pelo ex-presidente George W. Bush em um discurso proferido no dia 11, em homenagem aos mortos pelos ataques de setembro de 2001. W. Bush comparou “extremistas externos” a “extremistas internos” e mostrou indignação com a tentativa de destruição de “símbolos nacionais”.

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Tropas da Guarda Nacional reforçam segurança do Capitólio, em Washington, D.C., em 16 jan. 2021, protegido por cercas após invasão de partidários de Donald Trump dez dias antes (Crédito: Kent Nishimura/Los Angeles Times)

Também no dia 9, Biden retirou a nomeação de David Chipman para a direção da Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF, na sigla em inglês), anunciada em março deste ano. Em discurso, o presidente admitiu que não conseguiria alcançar os votos de senadores democratas necessários para dar posse ao novo diretor. Trata-se de uma derrota para a política de controle de armas defendida por Biden e de vitória do lobby armamentista. Há 15 anos, a Associação Nacional de Rifles (NRA, na sigla em inglês) mantém sua influência para conseguir que a indicação do diretor desta agência esteja sujeita à confirmação do Senado. Desde então, os republicanos, em coordenação com lobistas da indústria armamentista, conseguiram bloquear todas as indicações, exceto uma. O bloqueio da indicação de Chipman proporcionou argumentos para os políticos que insistem na inconstitucionalidade de políticas contrárias às armas de fogo, com base na Segunda Emenda Constitucional.

Sociedade, por Diana Obermuller

No dia 8, a estátua do general confederado Robert Lee foi removida, em Richmond, no estado da Virgínia. Após um ano de trâmites legais, a remoção foi vista como uma vitória dos ativistas pelos direitos civis. A estátua era um dos maiores monumentos em homenagem à união dos estados que defenderam a manutenção da escravidão durante a Guerra Civil e, portanto, um constante alvo de protestos contra o racismo. Em pronunciamento, o governador Ralph Northam (D-VA) afirmou que “qualquer monumento remanescente como este, que glorifique a Causa Perdida da Guerra Civil, precisa ser derrubado”.

O que foram os estados confederados? Assista à apresentação do historiador Filipe Figueiredo para o canal Nerdologia

No dia 9, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos entrou com uma ação contra o Texas pela nova lei de restrição ao aborto. Ao anunciar o processo, o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, afirmou que a lei é “inconstitucional”, porque proíbe, em essência, a realização do procedimento. Ga rland alertou ainda que a Senate Bill 8 pode se tornar “um modelo” para outros estados, não apenas em relação ao aborto, mas para “outros direitos constitucionais e precedentes judiciais”.

 

Primeira revisão: Rafael Seabra. Edição e revisão final: Tatiana Teixeira.

Assessora de Imprensa do OPEU e do INCT-INEU, editora das Newsletters OPEU e Diálogos INEU e editora de conteúdo audiovisual: Tatiana Carlotti. Contato: tcarlotti@gmail.com.

 

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