A presença do secretário de Estado John Kerry no encontro sobre o clima, em Lima, confirma a determinação do governo Obama em fazer do tema foco de política externa. Em discurso no dia 11, Kerry apelou para um velho mantra dos EUA: a importância do envolvimento de todos os países a despeito de condição econômica. Classificando o risco climático como um problema de segurança internacional, o secretário exortou países ricos a contribuir financeiramente para projetos verdes em nações pobres. Kerry também disse que a falta de comprometimento por qualquer grande economia compromete o esforço global. A mensagem pode ter sido para a China, que não aprovou uma proposta para que todos os países divulguem publicamente quais medidas serão tomadas em 2015 para redução das emissões. Representantes chineses pedem a obrigatoriedade somente para os países ricos, historicamente mais responsáveis pela degradação ambiental. O posicionamento chinês esfria o otimismo com o recente acordo climático entre China e EUA, anunciado pela Casa Branca como um passo para destravar as negociações internacionais. Embora dizendo que os EUA estão orgulhosos por assumir sua responsabilidade, Kerry deixou de mencionar que o acordo não afasta antigos obstáculos domésticos. O Partido Republicano, que sempre boicotou as negociações climáticas, deve tentar minar iniciativas executivas. O senador Mitch McConnell (R-KY), provável futuro líder do Senado, já anunciou que combater as regras da Agência de Proteção Ambiental será prioridade. O principal alvo são os controles de poluentes impostos pela agência às termoelétricas a carvão.