A mídia chinesa divulgou, no dia 10, que os EUA manipulam os protestos Occupy Central, em Hong Kong. O jornal estatal People’s Daily publicou que a fundação National Endowment for Democracy, que é financiada pelo governo dos EUA, teve reuniões com líderes do movimento pró-democracia um mês antes das manifestações. Crítica similar partiu do Ministério das Relações Exteriores, que disse ser um momento de risco para o relacionamento entre os dois países. As reclamações ocorreram um dia depois que congressistas e membros do governo Obama apoiaram o movimento popular por meio do relatório conjunto “Increase Support for Hong Kong’s Democracy”. O documento pede que a Casa Branca verbalize seu suporte e dê urgência à questão de direitos humanos. Os EUA reconhecem a soberania chinesa sobre a ilha, mas defendem o respeito à Lei Fundamental de Hong Kong, que permite eleições democráticas e a condição de semiautonomia até 2047. O relatório diz que interesses comerciais também justificam o apoio dos EUA, uma vez que o ambiente para negócios dependeria do bom funcionamento das instituições. Organizadores das demonstrações populares se apressaram em negar que se trate de uma revolução colorida como outras que os EUA já manipularam no exterior. No dia seguinte às notícias, os líderes estudantis enviaram uma carta ao presidente chinês Xi Jinping reforçando o caráter espontâneo e democrático das demandas. Disseram ainda que não questionam a autoridade de Pequim sobre defesa e diplomacia, mas defendem a liberdade da província para reger assuntos domésticos.