Wikileaks: EUA e Paquistão disputam a posse de urânio

Documentos obtidos pelo Wikileaks mostram que, desde 2007, os EUA tentam reaver urânio enriquecido cedido ao Paquistão na década de 60 como parte do programa “Átomos para a Paz”. Apesar dos termos de devolução acordados, o governo paquistanês vem impedindo o acesso dos EUA ao reator e mantendo o assunto longe da mídia. Autoridades receiam que as ações sejam interpretadas como roubo de armas nucleares por força externa, alimentando teorias conspiratórias em meio à opinião pública antiamericana. Informes da embaixadora Anne Patterson concluíram que os EUA têm dois interesses vitais no país: derrotar a Al-Qaeda e impedir que terroristas infiltrados acessem o programa nuclear. Outras notas revelam diferenças estratégicas entre os aliados, apesar das declarações públicas de cooperação, sendo a aproximação entre EUA e Índia, e a tolerância do Paquistão com a Al-Qaeda e o Talibã os principais atritos. Destoando de Washington, Patterson afirmou que o estreitamento de relações EUA-Índia aumentaria a “paranoia” paquistanesa, levando o governo local a reforçar laços com terroristas na Caxemira e no Afeganistão para contrabalancear o poder indiano na região. Mensagens vazadas também revelam os esforços dos EUA para apoiar o presidente Asif Ali Zardari perante o exército e o serviço de inteligência, vistos como os verdadeiros detentores do poder. Zardari teria confessado ao vice-presidente Joe Biden temer pela sua deposição, ainda que o general Ashfaq Parvez Kayani, chefe do Estado-Maior do exército, mostre-se contrário a um golpe militar.

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