Guerras passam despercebidas durante campanha
A atuação dos EUA nas guerras do Afeganistão e do Iraque, e as suas consequências econômicas, vêm sendo ignoradas tanto pelo partido republicano como pelo democrata, e estiveram fora dos debates das campanhas eleitorais de 2010. Diferentemente das eleições anteriores, quando o assunto foi decisivo para a configuração do resultado final. Em 2006, os democratas obtiveram a maioria no Congresso com um discurso contra a política de Bush na guerra do Iraque. A centralidade do Iraque foi criticada nas eleições seguintes pelo então candidato, Barack Obama, que julgava o conflito no Afeganistão de maior interesse nacional. Segundo Peter D. Feaver, conselheiro de Segurança Nacional de George W. Bush, “A economia define como o povo dos EUA pensa a guerra”, o que explica o fato da crise econômica e o desemprego terem se tornado prioridade nas discussões atuais. Outra razão seria a inexperiência da maioria dos candidatos em relação a questões de segurança, que também não arriscariam discutir o tema em clima de divergência interna, principalmente entre os democratas. John McCain (R-AZ), candidato à reeleição no Senado, evita debater os gastos atuais ou a elevação de taxas para cobrir os esforços de guerra, apesar de apoiar o envolvimento do país no Iraque e no Afeganistão. Desde 2001, ambos os partidos aprovaram orçamentos em torno de US$ 1 trilhão para os dois conflitos. O tema deve recuperar sua relevância nas eleições de 2012, quando será possível avaliar as consequências das retirada dos dois contingentes, previstas para conclusão até o final de 2011.