Republicação

Segurança cibernética em estruturas críticas nos Estados Unidos

Presidente Joe Biden em reunião com CEOs do setor privado e força-tarefa governamental na Casa Branca, em Washington, D.C., em dez. 2021 (Crédito: Brendan Smialowski/AFP via Getty Images file)

Por Luísa Barbosa Azevedo*

A segurança nacional enfrenta novas vulnerabilidades com o avanço da digitalização. Sistemas de energia, telecomunicações, água e transporte, por exemplo, requerem aumento de recursos para segurança cibernética. Anunciado em 27 de janeiro de 2022 para reforçar a segurança a ataques cibernéticos do sistema de água, o Water Sector Action Plan do governo Biden faz parte dessa conjuntura. Dessa maneira, como a segurança dos Estados Unidos está sendo afetada pelas vulnerabilidades cibernéticas de seus sistemas críticos?

O fornecimento de água é considerado uma função nacional crítica, afetando diretamente a segurança, a economia e a saúde pública do país. Segundo a Agência de Segurança Cibernética e Infraestrutura estadunidense, os sistemas de água são responsáveis por mais de 80% da água potável da população, recorrendo à digitalização e à automatização. Ainda, cita vulnerabilidades a esses de ataques físicos como na liberação de químicos tóxicos e de ataques cibernéticos. Mesmo assim, o sistema estadunidense sofre com a falta de recursos em governos estaduais, o que dificulta o uso de sistemas de defesa cibernética. Esse foi o caso dos ataques ocorridos ao sistema de água de Oldsmar, na Flórida, e ao oleoduto Colonial Pipelines (Boletim Geocorrente, n. 139).

Station de traitement de l'eau potable à Oldsmar, Floride

Estação de tratamento de água Bruce T. Haddock em Oldsmar, Flórida, foi alvo de invasão hacker em fev. 2021 (Crédito: Chris Urso/Tampa Bay Times)

A segurança cibernética tem sido foco das políticas de Biden. A segurança hídrica faz parte dos planos de infraestrutura, com investimento de US$ 11 bilhões, no Jobs Plan. O conjunto de medidas adotado por Washington para o abastecimento de água é uma extensão dessas políticas a estruturas críticas de caráter preventivo e reativo em um setor de autoridade limitada. O plano de ação será coordenado com a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês), o Conselho de Coordenação do Setor Hídrico e o Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês). Ainda, inclui a coordenação de políticas à ameaças cibernéticas com o G7 e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). O foco da ação conjunta é a detecção precoce dessas ameaças, melhorando a resposta, padronizando requisitos de serviço em nuvem e removendo barreiras de compartilhamento desses dados com o sistema de informações federal.

A digitalização de estruturas críticas implica, portanto, o investimento em segurança cibernética. Dessa forma, as vulnerabilidades desses sistemas a ameaças cibernéticas continuarão a ser questões de estratégias de segurança nacional. As medidas colaborativas entre governo federal e agências privadas nos Estados Unidos reforçam o tratamento urgente da questão das estruturas críticas. O investimento do escopo de atuação e resposta dos Estados a essas crescentes ameaças será vital para a sobrevivência nessa nova dimensão de segurança.

 

* Luísa Azevedo é pesquisadora voluntária de Iniciação Científica do Opeu, pesquisadora do Núcleo de Avaliação da Conjuntura América do Norte & Central no Boletim Geocorrente – Periódico de Geopolítica e Oceanopolítica e graduanda de Defesa e Gestão Estratégica Internacional do Instituto de Relações Internacionais e Defesa (Irid/UFRJ).

** Publicado originalmente no Boletim Geocorrente, em 9 fev. 2022. Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião do OPEU, ou do INCT-INEU.

*** Para mais informações e outras solicitações, favor entrar em contato com a assessora de Imprensa do OPEU e do INCT-INEU, editora das Newsletters OPEU e Diálogos INEU e editora de conteúdo audiovisual: Tatiana Carlotti, tcarlotti@gmail.com.

 

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